quarta-feira, 4 de março de 2009

A típica rotina

O professor diz o que lhe parece ser inteligente, mas só para ele mesmo é que isso se verifica.

Rapidamente a minha atenção se foca nos Nike que consigo ver através do canto do olho e começo a imaginar um corte de perfil sobre eles, imagino todas as camadas que possuem e a trabalheira que deve ter dado a fazê-los de modo a que não se desmontem se começarmos a andar.

Desvio-me para as palavras sarcásticas do meu professor, mas por pouco tempo, desta vez o fecho eclair do estojo de quem está sentado à minha frente é muito mais interessante. Quem se lembraria de fazer tal coisa, e a forma incrível como as pecinhas se encaixam umas nas outras.

Oiço lá ao fundo "... e o conhecimento é adquirido através de..." e decido que não vale a pena ouvir mais vindo-me rapidamente à memória que dormi sete horas e que mesmo assim necessito de uma cama e de uma almofada. E riu-me psicologicamente ao relembrar que de cada vez que acordo de manhã digo para mim mesma que me vou deitar mais cedo na noite seguinte. Riu também pelo facto de isso nunca acontecer.

Deixo cair o lápis no chão e desperto para a aula, começo a pensar na lei da gravidade (em grande parte devido à anterior queda do lápis) e concluo que sempre é melhor deixar cair um lápis no chão que levar com uma maçã nas trombas.
Concluo também que este pensamento foi... arrojado.

Olho para o professor e tento ler-lhe os lábios, visto que não consigo interiorizar o que diz, chego a apontar cada palavra que ele pronuncia mal só para parecer que o ouço e tiro apontamentos.

Nova tentativa, agora olho para o telemóvel: 1 mensagem recebida. A Vodafone informa que dentro de 5 dias... Blá Blá Blá... Adoro receber estas informações para me animarem. A uma certa altura penso que falta pouco tempo para acabar a aula mas o relógio diz-me que ainda faltam 56minutos e 31, 30, 29, 28.. segundos, e depois disto sim, sinto-me em estado pleno.
Será que se responder à mensagem da Vodafone eles me responderiam a perguntar como estou?

Procuro algo no estojo miseravelmente vazio que possúo e encontro um lápis vermelho com o bico partido, um compasso,uma caneta sem tampa e com a outra extremidade partida e uma borracha prestes a desfazer-se em mil pedaços caso decida pegar-lhe. Decido então mudar de direcção e pedir uma folha a alguém que esteja pelo menos a um raio de um metro e meio. Começo a fazer barquinhos e os típicos quantos-queres.

Um barulho interaje comigo, é irritante e arrepia. Olho para o lado e penso como odeio marcadores de tinta flurescente, agora a sério, não percebo, na minha opinião odeio ter o livro tipo floribella style, já é mau ter de o ler, ainda por cima ter de lê-lo acompanhado de um fundo amarelo ou cor de rosa foleiro... não mesmo. Eu limito-me a não sublinhar.

Procuro algo onde focar a minha atenção e olho para o sinal de SAÍDA que encima a porta da sala. Nunca o percebi, se é a única porta na sala é óbvio que é ali a saída .. para quê assinalá-la? Ah a não ser que nos atiremos do quarto andar onde estamos situados usando a janela. Mas isso são opções.

Yay. Faltam 42 minutos.

Carolina

3 comentários:

Anónimo disse...

Adoro

Estrelinas coracões palminaas !!!!

Lindo, a verificação de palavras de today é : BILLY ... no minimo foleiro maaas, adequado

Limão disse...

percebo tao bem, em grnde parte devido ao facto d tmb estar nessas aulas lol -.-

bijoca

Anónimo disse...

Filosofia, a nossas tortura em que olhamos um para o outro de 5 em 5 minutos e comentamos o facto de o relogio estar parado a cerca de 15 minutos, o ponteiro dos segundos anda, mas o dos minutos não, então o das horas muito menos. E é a altura em que eu e a Sampaio dizemos um ao outro que estamos cheios de fome e decidimos escrever o livro todo com nomes de iguarias e receitas deliciosas, que fazem com que eu me babe e com que ela se ria. Adoro.

B.A