segunda-feira, 27 de abril de 2009

São muitas numa só

by Nick Thornton Jones




Não sei bem o que dizer sobre mim. Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações. Tenho vontade de cometer haraquiri quando me convidam para um chá de fraldas e sinto-me esquisita quando uso um lencinho amarrado no pescoço. Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei com bonecas, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo. Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu anti socialismo interno. Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa, impulsiva e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu fazer uma cama e estrague o meu dia. Vida doméstica é para os gatos. Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa. Já o coração sempre foi gelatinoso, deixa-me com as pernas frouxas diante de qualquer um que me convide para um chope. Faz-me dizer tudo ao contrário do que penso: nessas horas não sei onde vão parar minhas idéias viris. Afino a voz, uso cinta-liga, faço strip-tease. Basta segurar-me pela nuca e eu derreto, viro pão com manteiga, sirva-se. Sou tantas que mal me consigo distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua.

São muitas mulheres numa só, e alguns homens também.

Martha Medeiros

Carolina

domingo, 26 de abril de 2009

Não dá.


Odeio Domingos.
Odeio Filosofia.
P.S.: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Carolina

sábado, 25 de abril de 2009

O corte.

By Robert Maxwell

... E descobri que não tenho um dia-a-dia.
... Tenho uma vida-a-vida.

CF

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sei lá

Atendo. Primeiro, ouço o teu silêncio. Depois, uma inesperada mistura de soluço, gemido, lamento. Finalmente a tua voz: desculpa. Não respondo, limito-me a perscrutar o silêncio, opressivo e acusador, triste, solitário e aguardar, certo de que uma explicação acabará por surgir, inesperada e definitiva. Por fim, a voz (mas será mesmo a tua?) repetindo-se: desculpa, pausa, respiração ruidosa e irregular. Depois: não consigo continuar. Hesitação, disfarçada de soluço. Não quero continuar. E eu a olhar para onde? A pensar o quê? Ouvindo e aceitando, incrédulo. A voz arrastando-se num murmúrio distante e vazio, frágil: tenho que fugir disto. (Disto? O que é isto?) Mudar, recomeçar. Contrariar este destino. Percebes? (Não.) Eu a apertar o telemóvel contra o ouvido e tu a dizer (ou eu a imaginar-te dizer, talvez): estou farta desta nossa relação, desta vida, desta monotonia, desta lamúria, deste nosso fado. Pausa e suspiro, bocejo (bocejo?). Mesmo cansada deste nosso fado, sabes? Apetece-me tanto outra coisa qualquer. Algo novo. Diferente. Sei lá: música de dança. Mais uma pausa, e um sorriso: será que ouvi mesmo um sorriso? Sim, é isso: chega de fado. Agora, quero música de dança na minha vida. Techno, ou assim. E desliga.

Paulo Kellerman


O 'Desculpa' perdeu o seu valor.
Desculpa.
alinoraC

terça-feira, 21 de abril de 2009

Largo sff

By Phillip Toledano

Sinto-me inchada

C

domingo, 19 de abril de 2009

Cinco judeus mudaram a maneira de ver o mundo:


Moisés disse: "A Lei é tudo."

Jesus disse: "O Amor é tudo."

Marx disse: "O Dinheiro é tudo."

Freud disse: "A Sexualidade é tudo ."

e finalmente...

Einstein disse: "TUDO é relativo"


Great.

Cadulifa

sábado, 18 de abril de 2009

Eu?


Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.


-Martha Medeiros
Carolina

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Descontrolei-me ao ler:

''No mundo actual investe-se cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhas de mamas grandes e velhos de pila dura, mas que não se lembrarão para que servem''...


ai ai pa
CF

E mais não digo...


Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, riu-me do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo.
Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele.
Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina.
Eu amo de verdade aqueles para quem digo isso, e irrito-me de forma inexplicável quando não atribuem fé nas minhas palavras.
Nem sempre coloco em prática aquilo que julgo certo.
São poucas as pessoas para quem eu me explico...


Bob Marley

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Como (realmente) é feito



Vou dedicar-me à alface e ao tofu.

Carolina

sexta-feira, 10 de abril de 2009

The Beatles

McCartney anunciou publicamente a dissolução dos FabFour a 10 de Abril de 1970.

Aquelas músicas que durante toda a nossa vida ouvimos, sem saber muito bem de quem eram, de quando foram feitas ou mesmo do impacto que mostraram revelar.
39 anos sem eles.



Carolina

'Que estás a ouvir?'
'The Beatles'
'Ah... Qual música?'
'Here comes the sun'
'Ah... Não estou a ver...Canta'
'Here comes the sun turuturu'

Not.

Já não me deixas 'Wow'.


Carolina

sábado, 4 de abril de 2009

Nua.

But then you came around me
The walls just disappeared
Nothing to surround me
And keep me from my fears
I'm unprotected
See how I've opened up
You've made me trust
Because I've never felt like this before
I'm naked
Around you
Does it show?
You see right through me
And I can't hide
I'm naked
Around you
And it feels so right


Ya, piroso.

Não preciso de dizer uma única palavra, não é de todo necessário expressar uma opinião. Tu sabes mesmo sem eu o mostrar.

'Antes de nos querermos já nos tivemos'


CF

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Substância.

Sobre as tábuas de madeira, pediste-me um papel. Dei-te um papel rasgado.
Sobre as tábuas de madeira, deixei cair todo o conjunto. Nunca mais o iremos ver. Já não há provas.
Sobre as tábuas de madeira passáste-me outro. Nova tentativa.
Até que.. deixei de ver as tábuas. Olhei para cima e deixei-me levar.

'Ricky man, isto sabe a urtigas...'

Carolina