quinta-feira, 11 de setembro de 2008

(des) foco

Num simples queimar do papel redondante, num arder constante alaranjado, uma chama circular desce como que pronta a deixar sem vestígios o errado. A pressa de apagar o pecado, o "por desvendar", o desconhecido, incentivamos a sua destruição.
Num acto inconsciente, encostada a memórias, inspiro o que desejo, expiro o que anseio. Tudo o que resta, vestígios de fumo pendentes no ar formando curvas e contracurvas como se desenhassem a giz sobre carvão.
Nada mais me desfoca do diluir do branco no nada que nos envolve. Fico concentrada por um momento.

Carolina

2 comentários:

Joana Afonso. Susana Reis. disse...

=o

Filipa Correia disse...

Brutal!
Desculpa se parecer estúpida a pergunta mas, fumas?